sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Esperando a tempestade passar.
Eu não estava
preparada. Quando meu relacionamento acabou, tão subitamente quanto uma bola
perdida que atinge um peito desatento, olhei para o céu nublado e perguntei: é
possível encontrar felicidade ? Pois em todas as vezes que eu a encontro ela
some, e eu fico pra trás, atormentadas por perguntas e respostas. A chuva caiu
em seguida, como sempre em dias tristes. Pelo menos, naquela noite, eu tinha
direito de me debulhar em lágrimas. Como pode estar tudo bem num momento, e de
repente o mundo desmoronar sobre minha cabeça ? Sentia-me derrotada. Um dia ele
resolveu ir embora. Não parou mais de chover. Tudo o que eu queria era fazer
perguntas. Você não me acha mais bonita ? Está me traindo ? Encheu o saco de
mim ? Tudo bem que eu gosto de algumas coisas fúteis, mas também gosto de ler
os jornais. Você tem vergonha do meu gosto musical da minha geração, não tem ?
Me acha burra porque não sei o que rola na Rússia ? Por que você desligou o
telefone ? Me diz por quê você me deixou ! Eu havia tomado uma decisão. Quando
a tempestade passasse, iria bater na sua porta e questiona-lo. Mas os dias se
arrastavam ao som de violentos trovões, eu não ousava me levantar da cama.
Esperava o sol para secar o aguaceiro, convencendo-me de que, quando o tempo
muda-se a situação do meu relacionamento também mudaria. E, quando eu
finalmente recebesse as respostas que queria, poderia ir atrás de felicidade
mas uma vez. Depois de uma semana, vieram bater na minha porta. Eu não atendia
o telefone desde o início da tempestade, e havia causado tanta preocupação em
amigos e familiares que haviam ligado para a polícia. Eu disse para o policial
que estava bem, mas não queria conversar com ninguém ate que a chuva se calasse
e eu pudesse sair de casa. O policial me ofereceu um guarda-chuva, mas eu sabia
que fingir que não estava chovendo não faria com que parasse de chover, e eu
choraria da mesma forma. No mês seguinte, minha mãe chegou. Tentei explicar o
que acontecia, mas ela disse que eu estava com febre, e que não estava mas
chovendo lá fora. Olhei pela janela e arregalei os olhos inchados. Era verdade.
Sem mas nem menos, apareceu um arco-íris. Ao vê-lo, e fazer meus desejos, assim
como fazia quando criança, tive uma epifania. Eu não podia escolher quando
encontrar o arco-íris no céu. Eu não podia escolher quando encontrar a
felicidade; ela só vinha me visitar quando eu menos esperava. E, se a
felicidade é como um arco-íris, eu deveria
aproveitar aquele momento. E, se
voltasse a chover, paciência. As respostas viriam quando fosse a hora.
Texto de: Mayra Dias Gomes.
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Adorei o texto, acho que expressou mto bem oq mta de nós sentimos em uma situação como essas. É como se o tempo tivesse realmente fechado, mas na verdade somos nós que nos fechamos.
ResponderExcluirhttp://isforus.blogspot.com.br/
QUe lindo hein, emocionante,amei!
ResponderExcluirVem conhecer meu blog, lá você encontra tudo relacionado ao mundo da maquiagem, dicas, truques, tutoriais.
Se seguir, sigo de volta ;)
www.teublogdemaquiagem.blogspot.com.br
beijo
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNoooossa texto lindo, chocante!
ResponderExcluirObrigado pela visita que você vez ao meu blog ...
Já estou seguindo, beijos :*
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Oii Florzinha! =) passando para conhecer seu cantinho e retribuir a visita! adoreeeei! mto lindo seu blog *-* estou encantada! sucesso =)
ResponderExcluirbeeijos (todaryca.blogspot.com.br)